Invejo os sorrisos que nascem da leveza, porque eles me mostram uma simplicidade que esqueci de encontrar para mim.
Invejo o cinza com que pintam a tristeza, porque me mostra a imponência e o poder que tem o fim.
Invejo os traços que constroem a beleza, porque eles se unem para espantar o que há de ruim.
Invejo aqueles que são imunes às certezas, porque aprenderam a conviver com a angústia, enfim.
Invejo tanto e tantas coisas, que a inveja é já uma parte de mim.
Não invejo, porém, aqueles que me tentam convencer de que a inveja é qualquer coisa de feio.
Não os invejo, porque a inveja, mais do que desejo de destruição do alheio, é também admiração e floreio, fascinação e devaneio, de quem se reconhece menor.
A inveja é uma escada que quer ser subida.
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