quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Fuga malograda

Ai, que desejo de fuga
Dos barulhos de moedas
Nas cuecas dos cavalheiros

Oh, meu desejo de fuga
Das crianças magricelas
Dormindo junto aos bueiros

Ah, que desejo de fuga
Da voz vinda da janela
Que me une aos meu anseios

Ai, meu desejo de fuga
Das páginas amarelas
Na banca do jornaleiro

Ah, que desejo de fuga
Da claridade das velas
Para aquele que já veio

Oh, Que desejo de fuga
Das cores da aquarela
Que só fazem cobrir o feio

Fugir de tudo o que podia ser e não é
Fugir de todo esquecimento
Fugir da vergonha

Mas não, eu não conseguiria
Fugir do que eu mais queria
Que um dia desse certo

Queria que déssemos certo, brasileiros.



Obs:
Essa coisa foi postada aqui, apesar de sua notável pobreza poética, porque foi escrita num momento de muita indignação, que eu só consegui extravasar escrevendo isso. Eu não aguento mais me sentir de mãos atadas. Ah, e também porque no overmundo disseram que ela tinha a métrica do côco/maracatu, obra do acaso.

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