sábado, 15 de setembro de 2007

Escravo de nenhum

"Compreendi que, quando não tinha uma resposta, Guilherme se propunha muitas delas e muito diferentes entre si. Fiquei perplexo.
- Mas então - ousei comentar - ainda estais muito longe da solução.
- Estou pertíssimo - disse Guilherme - mas não sei de qual.
- Então, não tendes uma única resposta para vossas perguntas?
- Adso, se as tivesse ensinaria teologia em Paris.
- Em Paris eles têm sempre a resposta verdadeira?
- Nunca - disse Guilherme - mas são muito seguros de seus erros.
- E vós - disse eu, com impertinência infantil - nunca cometeis erros?
- Freqüentemente - respondeu. - mas ao invés de conceber um único erro, imagino muitos. Assim não me torno escravo de nenhum."
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O nome da rosa, de Umberto Eco.
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"Teme, Adso, os profetas e os que estão dispostos a morrer pela verdade. (....) Talvez a tarefa de quem ama os homens seja fazer rir da verdade, fazer rir a verdade, porque a única verdade é aprendermos a nos libertarmos da paixão insana pela verdade."

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